Só o convite de pessoas muito
queridas para nos levar ao cinema para ver De
Pernas pro Ar 2. A comédia até surpreende com alguns poucos momentos de
humor genuíno, mas tenta – sem muito sucesso, diga-se – reproduzir o modelo dos
despretensiosos filmes de humor americanos.
Ingrid Guimarães (Alice) é quem
segura o ritmo. Bruno Garcia – o marido de Alice – um ator talhado para esse
tipo de filme, até poderia dar uma ajudinha, mas, inexplicavelmente, faz um
personagem sisudo, e em nenhum momento tem sua verve humorística explorada.
Maria Paula está intragável. Como sempre.
A melhor sequência do filme – que
poderia se estender bem mais – é a internação de Alice em um SPA, quando surgem
vários personagens interessantes e bem engraçados, caso de Mano Love,
uma referência óbvia – e de certa forma injusta, pois há outros jogadores bem
mais “mal-comportados” no futebol atual – ao centroavante rubronegro Vágner
Love, interpretado pelo ótimo Luiz Miranda.
Um dos problemas do roteiro é a
falta de coerência entre a proposta de um entretenimento leve com as situações
de estresse provocadas pela personagem Alice, que impedem o espectador de
relaxar. É o que ocorre, por exemplo, na manjadíssima cena em que a empresária
marca dois almoços no mesmo horário e no mesmo restaurante com dois grupos
distintos, sem que um saiba da presença do outro. Como era de se esperar, isso
gera boas gargalhadas, mas a farsa acaba descoberta, claro.`
Destaque para Rodrigo Santanna como o falsificado garçom
de Governador Valadares.
Certamente, o resultado teria
sido melhor se tivesse seguido na linha de uma “comédia de loucos”, explorando
o excelente time do spa, capitaneado pelos
divertidos Tatá Werneck e Luiz Miranda.
A sensação que fica é que a
produção pensou: bom, já que gastamos uma grana trazendo todo mundo para Nova
Iorque, temos que ambientar a maior parte da película aqui. Como faltou uma ou
outra cena para finalizar a edição, chegaram até a apelar para a antiqüíssima técnica
do chroma-key, algo que utilizei em
Fortaleza ainda na década de 1980 e que nem imaginava ainda ser utilizada na
TV, quanto mais no cinema. Os recortes ficaram bem evidentes.
O merchandising também corre
solto e passa um pouco das medidas.
No fim das contas, dá pra rir um
pouquinho e não sair totalmente decepcionado, principalmente se você não entrar
no cinema com grandes expectativas...
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