Mais
um chinês invade as telonas brasileiras. Até vale a pena ver Flores do Oriente, mas o diretor parece se
perder um pouco ao privilegiar a estética em detrimento do roteiro, ao não se
decidir entre uma história de guerra ou um drama, ao exagerar nos estereótipos.
No início, tudo leva a crer que veremos uma super-produção, mas, com o desenrolar da trama, o filme vai perdendo fôlego, e os
personagens, consistência.
Sempre
que um filme se baseia num fato histórico, gosto de contextualizá-lo. No
chamado Massacre
de Nanquim, milhares de mulheres foram torturadas, estupradas e mortas pelas tropas imperiais japonesas que invadiram a então
capital da China em dezembro de 1937.
Pequim e Nanquim, duas imensas
metrópoles com cerca de dez milhões de habitantes, uma ao norte e outra ao sul
do país, têm se alternado como capital ao longo do tempo. Em 1949, durante a
guerra civil chinesa, Mao estabeleceu a República Popular da China e retornou a
capital para Pequim, o que perdura até os dias de hoje.
Voltando ao
filme, o que considero seu maior pecado é a falta de consistência dos
personagens, cuja redenção ocorre de uma hora para outra. É o caso da
transformação do falso padre John Miller (personagem do excelente ator galês Christian
Bale, que aqui não foi tão bem) e das prostitutas. Os clichês também se fazem presentes a todo instante, “ocidentalizando”
demais o filme.
Impressiona também o refinamento
e a elegância das prostitutas, impecáveis em meio a uma cidade destruída e
coberta de fumaça.
História de beberrão mau-caráter
que fica bonzinho e salva todo mundo e de puta boazinha que conta sua infância
difícil e também se redime virando heroína, não dá mais pra engolir...