Se for para eleger um destaque em
As Aventuras de Pi, de Ang Lee, fico,
sem dúvida, com a belíssima fotografia. Difícil escolher a cena mais marcante.
O
naufrágio – o evento que provoca a grande virada da história – é de dar inveja
aos criadores de Titanic.
No título do post, fiz uma brincadeira com o grande livro de Hemingway, O Velho
e o Mar, pois a luta do adolescente Pi contra Richard Parker – o faminto tigre
de bengala – lembra, de certa forma, a
lenta batalha do velho pescador contra o imenso marlin, embora com objetivos
diferentes: Pi tenta, a todo custo, preservar a vida de ambos, a dele e a do
felino.
A luta do hindu, também, é bem
mais extensa: são mais de duzentos dias de luta pela sobrevivência. A maior parte do filme se passa
no mar, mas isso não o torna cansativo.
Apesar do caráter alternativo, duvido
que essa grande produção não brigue por várias estatuetas no Oscar 2013.
O diretor Ang Lee criou, num
velho aeroporto da Ásia, um tanque gigantesco de 70x25 metros, com mais de dois
milhões de litros de água. Motores de 150 cv geravam ondas de quase dois metros
de altura.
Uma ou outra cena foi feita com animais
de verdade. Mas a maior parte, como era de se esperar, utilizou recursos de computação
gráfica (CGI). A questão é que os efeitos de animação foto-realística dos
animais são tão convincentes que chegamos até a imaginar como foram encontrar
tigres, orangotangos, zebras e hienas tão bem treinados. Nada que lembre os
movimentos pasteurizados de Final Fantasy.
O 3D também foi usado na medida certa.
A película foi baseada no livro Life of Pi, de Yan Martel. Não nos
esqueçamos, no entanto, que o escritor canadense confessou ter se baseado “de
certa forma”, no livro Max e os Felinos, do gaúcho Moacyr Scliar, falecido em
2011.
Bem, na movimentada história,
temos ainda ilhas carnívoras, divagações religiosas, bananas e multidões de
suricatos.
Um baita filme!