Não, não estou falando de Fidel e
Raúl, os irmãos Castro, e sim de uma versão caribenha, reduzida e divertida da
chatíssima série americana The Walking
Dead.
Pra quem gosta do gênero terror,
mas está de saco cheio com a mesmice de TWD que, até para os aficcionados, se
repete insuportavelmente a cada episódio, a comédia Juan dos Mortos (Juan de los Muertos) é uma excelente alternativa.
O mote é o mesmo de dezenas de outros
filmes de terror. Não se sabe exatamente como os mortos-vivos apareceram. Mas
já que apareceram, eles começam a morder todo mundo e se multiplicar como uma
praga.
Em Juan dos Mortos, as hipóteses
para o surgimento dos zumbis são várias, e geralmente estão associadas às
intermináveis piadas sobre capitalismo e socialismo: vão desde os remédios
vencidos distribuídos pelo governo cubano até uma armação dos imperialistas
americanos.
Pra mim, o motivo é outro: os mortos-vivos
devem ter se enchido da chatice de Rick, Lori e seus parceiros, chegado a Miami,
atravessado os cerca de 166 km do Estreito da Flórida, e se refugiado na ilha
de Fidel. Afinal, Juan, seu amigo Lázaro, o travesti China e seu namorado – o brutamontes
Primo, que desmaia toda vez que vê sangue – são muito mais interessantes que o
caubói e sua trupe de TWD.
Bom, de qualquer maneira, como
toda novidade vira um negócio em Cuba, os amigos desocupados criam uma empresa para
ajudar a população a se livrar dos monstros que cada vez mais se apropriam de
Havana. O slogan é insólito e hilário: “Matamos seus entes queridos”.
Comédia de terror cubana não se
vê todo dia. E essa é das boas. Mesmo a maquiagem, um dos problemas do cinema
de terceiro mundo, não decepciona.
O filme do jovem diretor argentino
Brugués, 36 anos, é trash, despretensioso,
mas muito engraçado. A conferir.