Segundo o próprio diretor
Fernando Meirelles, 360 é seu filme mais simples, sem temas polêmicos, tratando
apenas de situações cotidianas – e por vezes dramáticas – de diversos casais ao
redor do mundo.
O título se faz presente no encadeamento
de várias histórias paralelas, que fecham um círculo durante seu desenrolar.
Alguns o associaram à virada na vida de seus personagens, o que demonstra um
certo desconhecimento de trigonometria, pois nesse caso o título seria 180.
Ao contrário do que se possa
imaginar, os maiores nomes do elenco - Jude Law, Rachel Weisz e o grande Anthony Hopkins – não são os personagens principais da trama. Na
realidade, não há um papel central, e Meirelles democratiza a importância de
cada um.
O roteiro é baseado na peça “La Ronda”,
suas conexões são, por vezes, desconexas, mas o conjunto agrada. Algumas das histórias
fogem do lugar-comum, e a mais surpreendente é o desfecho da situação vivida
pela atriz carioca Maria Flor, presa num aeroporto durante uma nevasca e à mercê
de um criminoso sexual.
O filme tem méritos e
imperfeições, mas talvez pudesse explorar e aprofundar melhor as subtramas mais
interessantes, o que não foi possível pelo excesso de dinamismo e mudança de
foco, o que, contraditoriamente, acabou por torná-lo um pouco monótono.